Segunda ou Terceira Revisão de Textos: um consenso entre Revisores

A responsabilidade de ser (ou não ser) e da escrita de um texto é do próprio autor. Revisores não são autores. E a Revisão refere-se ao texto como um processo recursivo, ou seja, não pode ser dado como definitivo e absoluto. Nesse sentido, o Revisor não é aquele quem “baterá o martelo final” em relação ao texto Revisado. Ele trará, por outro lado, contribuições. Essas contribuições dependem da proposta de cada Revisor, do que foi acordado, em um determinado período de tempo, com este e, principalmente, da qualidade que o texto foi enviado. 

Posteriormente a esse processo, um segundo ou terceiro olhar pode ser bem-vindo ao texto. Mas isso não implica que o Revisor estará à disposição do autor até que este esteja satisfeito com o seu próprio texto, em virtude do primeiro valor acordado. Quem pensa assim, desculpem-me, é, geralmente, (brasileiro) mal caráter e alienado, esperando uma redenção no outro. Não tenho orgulho de nossas alienações como nação, e não deixarei de mencioná-las neste post, ainda que alguns se sintam ofendidos. E faço questão de deixar isso claro para evitar esse tipo de cliente (dispenso).  E não compartilho desse pensamento como Revisor. 

Eu jamais posso enviar uma versão pronta para impressão se o texto do autor não estiver pronto (e isso não é minha responsabilidade). É nesse sentido que surge a Segunda ou Terceira Revisão de Texto (e há um custo para isso. Eu cobro de 15 a 30% em relação ao último valor acordado para cada vez que o texto é enviado). E eu não serei o responsável, gratuitamente, pelo texto alheio, porque, muitas vezes, as lacunas de um texto se referem às falhas do próprio autor em relação à alienação deste (eu não tenho nada com isso). Ninguém é ou tem de ser responsável pelo outro, especialmente um Revisor. O que pode ser feito, nos casos em que há problemas em um texto que estão além de qualquer Revisão, se isso for acordado com o Revisor, é que esses problemas sejam sinalizados, além das intervenções de ortografia, gramática etc. em relação à linguagem do gênero proposto. E o fato de eu dizer isso a você, autor, gentilmente, já é um grande feito… porque eu não deveria tampouco dar satisfações a ninguém sobre as próprias limitações.

Além disso, não é todo Revisor que trará consciência para o próprio autor sobre o próprio texto. Isso pode ser, sim, acordado, mas não é, necessariamente, atribuição do Revisor. Eu, por exemplo, gentilmente, ofereço esse serviço: Revisão Crítica (e ele tem um custo). E o meu trabalho encerra após o envio do texto Revisado. Eu não oferecerei consultoria para ninguém gratuitamente ou pelo valor da Revisão. Após o meu exaustivo trabalho de conferência de regras, gêneros, reflexão sobre o texto do outro, eu não doarei a minha alma para ninguém, por valor algum… 

O povo brasileiro se desconhece, e se mistura com o outro em um movimento muito perverso. Nesse sentido, o Revisor, na visão alheia, não passa de autor. Quem pensa assim encontrará, em relação ao serviço de Revisão de Textos ou Formatação, conferência de normas, muitos conflitos seja comigo ou com qualquer outro Revisor. Além disso, em relação à formatação, Revisor algum assumirá a responsabilidade de formatar um texto para um autor, especialmente porque algumas questões dependem do olhar do autor, daquele que realizou o trabalho. Por exemplo, o Revisor não tem acesso ao tipo de referência consultada em um texto. Então, ele não poderá resgatar as memórias do autor em relação às publicações. Pode-se falar em uma conferência de normas, mas não em desenvolvimento de trabalhos acadêmicos (isso é crime).

O que o Revisor, nesse sentido, pode fazer é desconfiar e deixar comentários aos autores, mas ir à biblioteca ou mesmo enviar mensagens para o autor solicitando informações, como se fosse um(a) secretário(a) ultrapassa o espaço que separa Revisor e autor. Assim, se você decidiu enviar um texto acadêmico, por exemplo, para a Revisão, e espera esse tipo de serviço (que não existe), isso é problema seu!

Encerro este texto com a resposta padrão que deixo àqueles alienados, espertinhos ou malandrões que esperam uma redenção em mim ou acreditam que, por qualquer questão além do que me proponho a fazer, salvarei o outro de suas próprias misérias (NÃO MESMO!):

“Prezado cliente, boa tarde!

Se você quiser segunda Revisão de Texto, cobro 15 por cento em relação ao último valor acordado para cada vez que o texto é enviado, conforme informo em meu site, o que totaliza, nesse caso, cerca de 200,00 reais. Solicito cerca de dois dias úteis, nesse caso, para a entrega. Faça os seus ajustes (referentes às dicas e comentários que eu deixei), e, se quiser, envie o material para Segunda Revisão ou Segunda Conferência de Normas (um consenso em minha área). Consigo realizar esse novo trabalho entre segunda e terça-feira. Se não estiver de acordo, sugiro que você mesmo, autor do texto, resolva todos os problemas do seu texto.

Não existe menção em seu manual ao termo “et al.” (eu não posso conferir algo que não é mencionado nos manuais que recebo), portanto, não me responsabilizo por essas questões, mas posso, gentilmente, uniformizar essas ocorrências, em uma Segunda Revisão, conforme as indicações da ABNT. O meu trabalho de formatação (conferência de normas) não inclui padronização de siglas. Ah, e, com certeza, há outros elementos no texto que podem ser uniformizados, como caracteres especiais etc. (você pode, inclusive, trabalhar o padrão de cores das imagens de seu texto, de maneira mais científica, mas eu não faço isso, não sou designer). O meu trabalho não me coloca em uma posição onipotente, onipresente e onisciente, como informo em meu site. 

O seu manual NÃO menciona nada sobre algarismos romanos (respondendo a sua pergunta). E ele é bastante similar ao padrão ABNT, portanto, os algarismos são arábicos mesmos.

Eu realizei, em seu texto, cerca de 30 alterações por lauda. E não trabalho com uma visão absoluta de revisão.

Saudações